Empresas de ônibus não repassam R$ 0,05 para a Prefeitura


Dinheiro seria destinado para a melhoria do sistema, mas até agora não foi destinado aos cofres municipais.
Desde que a tarifa do transporte coletivo de Manaus passou para R$ 2,75, há sete meses, a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) não recebe os R$ 0,05 que deveriam ser repassados pelas empresas com o objetivo de melhorar o transporte urbano, conforme previstos no Decreto nº 1.283/ 2011, que fixou a nova tarifa do serviço. A informação foi dada, nesta segunda-feira, pelo diretor de transporte da Superintendência Municipal de Transporte Urbano (SMTU), Antônio do Norte.

Segundo Norte, que representou a SMTU em Audiência Pública sobre a situação do transporte coletivo, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), na manhã de ontem, a transferência dos R$ 0,05 foi “barrada” pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A SMTU informou, ainda, que a PMM não tem conhecimento de quanto deveria ter sido repassado ao Fundo Municipal de Transporte Público - ainda em tramitação na Câmara Municipal de Manaus - e que inconformidades legais teriam motivado a suspensão da verba. “O departamento jurídico está estudando o que de fato aconteceu”, informou a assessoria de comunicação.

Conforme cálculos feitos pelo deputado José Ricardo Wendling (PT), durante um mês os R$ 0,05 rendem um excesso de faturamento de R$ 1,1 milhão, o equivalente a R$ 13 milhões por ano.

Procurado para comentar o caso, o TCE não confirmou a informação.

Questionada pelo vereador Waldemir José (PT), no mês passado, sobre a aplicação dos R$ 0,05, a Prefeitura de Manaus admitiu, em nota, ‘não ter recebido nenhum valor das empresas de transporte coletivo, fruto do decreto’.

Segundo o parlamentar, a Prefeitura  alega que não faz nada, pois depende da aprovação de um projeto que tramita na Câmara Municipal de Manaus, que cria o  Fundo Municipal de Transporte Público. “Os empresários estão cobrando da população  e a Prefeitura não tem embasamento legal. Assim, os empresários podem aplicar esses recursos e ganhar dinheiro com verba pública”, disse.

Para o vereador, “mesmo que o Fundo ainda não tenha sido criado oficialmente, os recursos gerados pela cobrança poderiam ser depositados em juízo, já que o repasse está previsto no contrato de concessão”.


Sinetram reclama da infraestrutura da capital

A falta de infraestrutura na capital amazonense e a morosidade do transporte coletivo foram apontadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), durante a audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM)  como as principais causas da ineficiência da mobilidade urbana.

Segundo o diretor-executivo do Sinetram, César Tadeu Teixeira, em alguns locais o tempo de viagem chega a ser de três horas. “Não existe um corredor exclusivo na cidade para ônibus e ninguém vai entrar em um coletivo para ficar três horas”, disse.

Teixeira, também, questionou a falta de divisão do horário de pico da cidade. “É preciso acabar com a história de tudo iniciar na mesma hora. Se o Distrito Industrial começa a funcionar às 7h, as escolas não podem começar no mesmo horário”, afirmou.
Fonte:D24am

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